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Presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil defende Forças Armadas na fronteira de MS contra tráfico de armas e drogas
03/09/08 15:24
Por: Marco Eusébio, da assessoria da OAB-MS
Foto:
Carlos Eduardo Benito Jorge, presidente da Adepol - Brasil
Brasília (DF) – Citando Mato Grosso do Sul como a principal rota do tráfico de armas e drogas no país por sua extensa faixa de fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia onde, afirmou, “ocorrem 70% das apreensões de armas e drogas no Brasil, conforme estatísticas”, o presidente da Associação dos Delegados de Polícias do Brasil (Adepol), Carlos Eduardo Benito Jorge, defendeu mudança na legislação para permitir que as Forças Armadas possam participar diretamente do combate ao tráfico de drogas e armas nas fronteiras do Brasil com países vizinhos. Sua afirmação foi feita na tarde de hoje (3) durante palestra na Conferência Nacional para a Superação da Violência e Promoção da Cultura da Paz que está sendo realizada na sede do Conselho Federal da OAB, em Brasília, através do movimento Brasil Contra a Violência.
Para Benito Jorge, apesar de todo o esforço no combate ao tráfico de drogas e de armas, os mecanismos da legislação atuais estão sendo insuficientes para uma melhor eficácia no controle da entrada e passagem desses produtos pelas fronteiras do país, seja para abastecer o crime organizado em grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, seja como rota de exportação de drogas para outros países. Neste quesito, o delegado entende que alteração na legislação seja necessária para permitir a participação do Exército, Aeronáutica e Marinha nas fronteiras do Brasil com países vizinhos “não para atuar no combate ao crime, mas na defesa do País contra o tráfico de armas e de drogas”, frisou.
A proposta de atuação das Forças Armadas para ajudar a barrar a atuação do tráfico na fronteira seca de Mato Grosso do Sul tem sido defendida desde o ano passado pelo movimento MS Contra a Violência encabeçado pela OAB-MS. Entretanto, apesar de apoio em eventuais operações especiais, a legislação não permite que essa atuação seja permanente.
A conferência promovido pelo Conselho Federal OAB através do movimento Brasil Contra a Violência foi aberta hoje (3) e se estenderá até sexta-feira (5), reunindo representantes de diversos setores do poder público federal e de entidades civis organizadas para debater questões sobre a violência e a criminalidade no País e elaborar propostas de uma política pública eficaz para o setor.